Mulheres e futebol
A revista DIAD, 24/0706, divulga um estudo» sobre o acompanhamento televisivo do último Campeonato Mundial de Futebol por parte dos portugueses. Mexendo com vários critérios, do sexo à região do espectador, o «estudo» abrange vários campos, como o do «adepto português», o dos «jogos mais vistos», e ainda o das «apostas mais fortes» (publicidade). O que é interessante observar acerca do «adepto português» é que o «estudo» confirma o que intuitivamente se adivinhava desde 2004, concretamente, o facto de as mulheres estarem cada vez mais envolvidas neste desporto que durante tantos anos foi território de afirmação machista. O «estudo» dá 51,1% para as mulheres e 49,9% para os homens no visionamento dos jogos, confirmando que o crescente interesse das mulheres pelo futebol não está apenas em crescendo, como já alcançou o dos homens.
Ora, é esta continuação do despertar, muito súbito em Portugal, do interesse das mulheres pelo futebol que constitui o principal efeito plausível de entre os efeitos esperados à volta da participação da equipa nacional neste campeonato. O que fica testado neste «estudo» é a percepção de que esse envolvimento era cada vez maior e que estava a mudar para uma mais ampla participação feminina no que às coisas do futebol diz respeito. Em resumo: o futebol passou a ser um assunto também de mulheres.
Nada, no entanto, que as mulheres portuguesas não merecessem, dentro do espírito feminista e «pós-moderno» de igualitarização de géneros e democratização de gostos. Se ficam mais bem servidas, isso é outra coisa. Diga-se apenas que em contraposição à efeminização do homem, elas masculinizam-se. Troca justa?