10 dezembro 2006

Bolsas de estudo: quantas e para quem?

Ainda não há muito tempo, quando o poder de aumentar as propinas foi «deslocado» do Ministério do Ensino Superior para as Universidades, um dos argumentos atirados com o maior dos à vontades foi o de que as Universidades providenciariam no sentido de serem criadas as bolsas de estudo necessárias para que nenhum estudante pudesse alguma vez deixar de estudar pela simples razão de não ter dinheiro para isso, para pagar propinas, livros, alimentação, alojamento, etc. Depois destas promessas, a questão é, passado este tempo experimental, quais os resultados? Quantos estudantes concorreram às bolsas de estudo e as ganharam? Quantos viram recusados os seus pedidos? Em que Universidades? Em que Faculdades? Em que cursos? Mais: dos estudantes a quem foi recusada a bolsa, quantos deles acabaram (se é que houve algum) por desistir dos cursos em que estavam inscritos?
Há ainda uma pergunta a juntar àquelas e que era interessante encontrar respostas: quantos estudantes com capacidades para singrarem no ensino superior desistem, à partida, após os exames do secundário, sem sequer se preocuparem em se inscrever nas candidaturas ao ensino superior?
Os srs. reitores das Universidades clamam pelo subsídio de Natal para os seus professores. Nunca se os ouviram a fazer o mesmo para as bolsas de estudo dos seus estudantes que merecendo-as não as têm.