Argumento de Lyotard
Argumento de Lyotard: «o projecto moderno (da realização da universalidade) não foi abandonado e esquecido, mas destruído, «liquidado»» por Auschwitz (enquanto símbolo paradigmático desse fim).
Se assim é, se este é o fim do projecto de emancipação e de universalidade (se não há lugar à reconciliação), então, este legado negativo de Auschwitz tem outro lado, o «positivo», o que permite afirmar, agora, que se a emancipação não é possível que se faça o que se quiser. É o regresso à abadia de Thélème: Faz o que quiseres. Só que muito tempo antes, antecipando a construção das narrativas de emancipação. A não ser que se considere que, afinal, Rabelais enunciou a libertação universal da abadia através da comédia, enquanto que as narrativas modernas de universalização fizeram-no através da tragédia. Neste caso, Até Marx, mais uma vez, ter-se-ia enganado ao julgar que a repetição é que originava a comédia. A História desmenti-lo-ia, assim, pois, depois da comédia da abadia de Thélème sucedeu-lhe a tragédia de Auschwitz.
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