21 maio 2007

Brzezinski e a «distância histórica»

Na recensão do livro de Zbigniew Brzezinski, «Second Chance», Diana Soller escreve, em «os Estados Unidos e a comunidade das democracias», ‘P’, 29/04/07, que este autor até vê bem o problema de como os EUA devem reformular a sua política externa de modo a ultrapassar os estragos provocados pela prática dos últimos anos. Mas acrescenta: «Só é pena que Brzezinski não consiga ter a distância histórica para avaliar George W. Bush com imparcialidade e não lhe reconheça o mérito de ter avançado uma política de alianças democráticas extra-Atlântico.»
Diana Soller ajuíza sobre o «mérito» de Bush com «imparcialidade» e prega a Brzezinski um raspanete por falta de «distância histórica para avaliar» Bush! E, a ela própria, qual foi a «distância histórica» que concedeu para reconhecer a Bush o «mérito de ter avançado uma política de alianças democráticas extra-Atlântico»? Em seu lugar, Diana colocou muita precipitação, à medida dos seus preconceitos. De facto, reconhecer, em 2007, a Bush, o «mérito de ter avançado uma política de alianças democráticas extra-Atlântico» revela paixão, mas pouca lucidez, requisito indispensável para avaliar «méritos» e não só.