12 março 2006

«Em legítima defesa!»?!

Júlio Magalhães («Em legítima defesa, DN, 10/03/06) parece despeitado de ninguém, nem o próprio Marcelo Rebelo de Sousa, lhe dar a ele e a José Carlos Castro o mérito de terem realizado o programa de comentário semanal na TVI, com aquele comentador, e que atingiu tanto sucesso. Júlio Magalhães constata que, agora, na RTP1, os «comentários de Marcelo e Vitorino fixaram-se pouco acima dos 22 por cento de share».
Júlio Magalhães argumenta que o «comentário em televisão é um género difícil», que «cauciona o comentador» e relega para segundo plano o papel do «jornalista/moderador», que, com a sua experiência, «deve saber ouvir» e ter um papel adequado, sem excesso. Assim, qual é o problema de Júlio Magalhães? Não pode ser o de lamentar-se, pois, o seu contributo para este tipo de comentários acabou. Ponto final. Aparecerão outros cenários, mas estes terminaram, e é preciso saber pôr um ponto final nas coisa que acabam. Magoa-o que não lhe reconheçam o mérito do seu programa com o professor Marcelo? Mas toda a gente reconheceu, a tal ponto que Júlio sabe das percentagens de share com que o seu programa, batia a concorrência!
O problema de Júlio Magalhães é outro: o de se saber, jornalisticamente falando, se aquele espaço de comentário do professor, era ou não uma entrevista, em que o jornalista tivesse a liberdade de pensar com a sua cabeça e contraditar o comentador. O que já é outra coisa. E aí, apesar do share, Júlio Magalhães sabe que aquilo que fazia bem era apresentar o telejornal das oito da noite…