Sarkozy e os sábios
Sarkozy terá proposto um conselho de sábios que reflectisse sobre o futuro da União Europeia, sugerindo um número aproximado entre os dez a doze. O que é problemático, pois, uma proposta deste género equivale a retirar argumentos à capacidade de construção democrática da União e, portanto, à necessidade de referendar as decisões que os políticos tomam. Desta maneira, parece que os sábios estariam a tomar conta do poder, pelo menos do poder do conhecimento que eles emprestam depois aos políticos para porem em prática. Então, primeira questão, para quê os políticos se estes vão beber a reflexão aos sábios?
Depois, segunda questão, estará Platão afinal mais actual na modernidade acerca da sua ideia de que quem deveria governar era o «filósofo-rei», isto é, aquele que simultaneamente fosse sabedor e tivesse o poder? Mas não foi este mesmo filósofo que foi incensado na praça pública por ser um adepto das virtudes da ditadura?
Terceira pergunta: será Sarkozy um adepto político de Platão, um «rei» que encontrou o seu «filósofo»?!
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