23 setembro 2007

Como escolher o chefe do PSD?

Se os dois candidatos têm assim tão grandes pecados e tão pequenas virtudes, sendo que um deles é menos virtuoso que o outro e este, mesmo assim, tão falho de méritos que nem é grande coisa, como é que se escolhe nas eleições do «partido mais português» (expressão que prima pela ideia de nele caber tudo – coisa em que todos estão de acordo – e, por consequência, uns mandarem mais do que outros – o que nem todos vêem e sentem…) de Portugal? Simples. Sem ter em conta o princípio do mal menor – como se fosse possível escapar-lhe! – opta-se pelo candidato que tem sido o menos mau dos dois e fecha-se os olhos a qualquer outro que poderia ter sido mas não foi. Os que não estão não fazem falta e a lógica partidária é implacável na obrigação do cumprimento do ritual da escolha do chefe. Então, que seja um que se conheça o suficiente para não surpreender e espantar mais do que aquele que já está. Consequentemente, a opção feita nem é sintomática de nada, nem pretende ser. Mesmo que quem assim pense seja apenas um dos que têm em mãos o novo programa do partido, escolhido por aquele que merece a sua opção. Quem quererá ver nesta opção de voto tão cristalina mais do que a verticalidade de posições e a isenção nos princípios?!