01 outubro 2007

O poder no PSD

Hoje, Marcelo Rebelo de Sousa é o grande perdedor, o comentarista mais aziago e ao mesmo tempo a principal vítima das suas adivinhações. Hoje, todos lhe batem à porta para cobrar alguma predição, algum comentário mais azedo, num ajuste de contas duro e cego, tal é a senha vingativa dos vencedores. Duarte Lima, na TSF, foi a voz cordata de quem achou que esta era altura de pôr os pontos nos ii e se transformou no acusador implacável de dedo em riste virado para Marcelo: «É uma costureirinha de bairro!»
Poderia ser apenas uma questão de se achar que no melhor pano cai a nódoa, mas a verdade é que o PSD gosta de se apresentar, como se isso fosse uma marca segura e distintiva, como sendo o mais português dos partidos e para prová-lo não quer deixar as coisas por menos: o espírito de revanche já despontou, e as trocas e baldrocas entre elites, sub-elites e zé-povinho estão aí para ilustrar que todos se alimentam uns dos outros. Canibalismo e autofagia políticos para alimentar o espectáculo mediático. Se isto é poder, quem quer o poder?