20 novembro 2007

Sócrates e Chávez ao jantar

Se Sócrates disse que afinal já tinha convidado Hugo Chávez «há alguns meses», seja para jantar, seja para estabelecer negócios, ou para o que quer que fosse, mesmo para discutir política internacional, criando a ideia de que, se fosse agora, não o teria convidado nem para uma coisa nem para qualquer outra, se assim foi, então Sócrates mostra que é um político mesquinho ao insinuar que só leva para a frente tal encontro por já estar marcado «há alguns meses». A ideia de que depois do episódio com o rei Juan Carlos, Chávez não merece a mesma atenção que teria antes desse episódio, é ridícula e, a ser válida, teria de ser aplicada com o mesmo fervor ao próprio rei Juan Carlos. E no entanto, este foi um episódio de lana-caprina que apenas ofuscou um outro acontecimento que deveria ter sido falado e discutido na cimeira, e depois continuado em outros fóruns, o da preparação do golpe de estado contra Chávez com o alegado conhecimento de Aznar e a sua ajuda implícita ou explícita. Este é o cerne da questão.