Apontamentos de economia 2
Será, nos últimos dias, a segunda ou terceira vez que encontro a mesma citação de John Kenneth Galbrath: Pode defender-se uma sociedade que procura satisfazer as suas necessidades. Mas a defesa perde o sentido se é o processo de as satisfazer que as cria. É uma frase engraçada e plena de sentido. Pode-se lá imaginar que não se defenda uma sociedade pelo facto de o processo de satisfazer as suas necessidades ser o mesmo que as cria?
Não? Mas porquê? Que o processo de satisfazer as necessidades da sociedade seja o mesmo que cria essas necessidades, torna menos defensável essa sociedade? Qualquer sociedade é defensável se o que está em causa é esse processo de produção e de satisfação de necessidades, pois, não é possível ter-se um lado d moeda sem o outro: satisfazer as necessidades e criar novas necessidades não são duas coisas distintas, como se uma pudesse ser defensável e outra não, mas constituem dois processos num só. Nenhuma sociedade satisfaz as suas necessidades da mesma maneira durante muito tempo. A não ser que tenha parado no tempo, o que, isso sim, não é nada defensável.
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